segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Situação da mulher na Índia: Machismo, agressões e humilhações

Recentemente o caso de estupro coletivo de uma jovem de 23 anos na Índia voltou toda a atenção do mundo para a situação da mulher no país, o crime causou comoção, levando a população as ruas clamando por justiça. O caso me chamou a atenção por diversos motivos, esse tipo de crime é comum no país, tratado com banalidade, um líder religioso culpando a jovem pelo ocorrido, dizendo que ela deveria ter orado e pedido misericórdia aos agressores (infelizmente muitas vítimas de estupro se sentem realmente culpadas pela agressão, são estigmatizadas pela sociedade e por isso perdem a coragem de denunciarem seus agressores. Alguém avisa o religioso, velho, machista, ignorante, que uma pessoa que pratica um crime desse tipo, não tem misericórdia). A governadora local pediu a pena de castração química para os agressores olha meu tema de monografia ai. Enquanto o pai da vítima quer a pena de enforcamento.
Um caso triste, mas infelizmente não é o único, a situação das  mulheres nesse país é algo absurdo.

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A India é um pais totalmente desigual, economicamente, socialmente e principalmente, sexualmente, o favoritismo masculino é muito grande no país, as mulheres tem como função executar tarefas domésticas, ter filhos e ser submissas ao marido, em alguns lares, a mulher só começa a comer depois que o marido comeu, isso mesmo, a coitada come resto. 
Além dos já citados casos de estupro, o ultimo que tive noticias, de uma menina de 7 anos (pasmem senhores) depois disso parei de ler qualquer noticia desse tipo, há também um outro tipo de crime, comum no local, mas alarmante, o sequestro de meninas e mulheres.
Elas são sequestradas e vendidas para trabalhar como prostitutas, escravas domésticas e também para se casarem no norte do país, região mais rica, onde o número de mulheres é bem menor, devido aos constantes abortos de fetos do sexo feminino.
Um dos casos é o de Rukhsana, que varria o chão da casa, que vivia há cerca de um ano,quando a polícia chegou: "Quantos anos você tem? Como chegou aqui?", perguntaram.
"Quatorze, fui sequestrada"  respondeu a menina assustada.
Uma mulher que estava com ela na casa tentou convencer a polícia que a menina tinha 18 anos e que estava lá por vontade própria, quando percebeu que não estava convencendo, usou um outro argumento: "não temos meninas suficientes aqui, paguei um bom dinheiro por ela". Mesmo assim não adiantou.
A menina conta que foi sequestrada aos 13 anos, quando voltava da escola, por três homens, com uma faca, disseram que a cortariam em pedaços caso ela resistisse. 
Depois de uma viagem de três dias, no estado de Haryana e Rukhsana, foi vendida para uma familia de três homens, por um ano foi proibida de sair de casa, humilhada, espancada e estuprada pelo filho mais velho que se dizia "seu marido". 
"Ele me dizia: 'Eu te comprei, para que você faça o que eu digo. Pensei que nunca veria minha família de novo. Chorava todos os dias."
Esse caso chocante é apenas um, não há números específicos de casos de desaparecimentos, pois a policia acredita que apenas 30% dos casos são notificados, e o problema tem aumentado devido a desigualdade social, a população mais pobre enfrenta problemas econômicos, desde que um ciclone atingiu o país em 2011, como o caso do agricultor Bimal Singh, que acabou ficando sem renda, por isso ele achou que foi uma boa notícia quando um vizinho ofereceu à sua filha Bisanti, de 16 anos, um emprego em Nova Déli.
"Ela entrou no trem para partir e me disse: 'Pai, não se preocupe comigo, eu vou voltar com dinheiro suficiente para que você possa me casar'", conta Bimal. Mas o agricultor nunca mais ouviu falar da filha.
"A polícia não tem feito nada por nós. Uma vez eles bateram na porta do traficante, mas não o prenderam", diz Singh.


Um dos motivos que esse tipo de crime continue ocorrendo é a impunidade, um homem que vende meninas para viver fala sem remorsos sobre esse comércio, sob condição de anonimato.
"A demanda está aumentando, o que tem me permitido ganhar muito dinheiro. Já comprei três casas em Nova Déli".
"Tenho homens que trabalham para mim. Dizemos aos pais das meninas que vamos encontrar empregos para elas em Nova Déli, então a levamos para as agências. O que acontece depois disso não é da minha conta." (Queria ver se fosse a filha desse FDP)
Ele conta que sequestra e vende de 150 a 200 meninas por ano, com idades entre 10 e 17 anos. Com a venda de cada menina, consegue cerca de 55 mil rúpias (R$ 2.049). O apoio de alguns políticos locais e da polícia, segundo ele, são cruciais para a continuidade do negócio.
"A polícia está bem consciente do que fazemos. Subornamos policiais em cada Estado - Calcutá, Nova Deli e Haryana", afirm.

"Já tive problemas com as autoridades, mas não tenho medo - se for para a cadeia, tenho dinheiro para pagar suborno e garantir minha saída."
O chefe de policia reconhece a corrupção policial e sua colaboração para que crimes como esses permaneçam impunes, mas garante que está empenhado em combater o sequestro e o tráfico de mulheres.
Com os olhos do mundo voltados para a situação da mulher na Índia, as autoridades estão sendo pressionadas a tomarem medidas para combater os crimes contra as mesmas.
Em minha humilde opinião, já passou da hora da ONU, e outros países intervirem, antes que esse tipo de caso se torne algo comum de ouvir.

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