Olá amigos, desculpem pelo tempo sem postar. Estava quase louca com as provas, prometo me dedicar mais ao blog e a vocês. Para compensar trouxe uma crítica de um livro bem interessante.
Atualmente ando bem chata em relação a livros, não tem sido qualquer um que me agrada. Mas este me agradou e resolvi dividir com vocês.
Não sei se já reclamei com vocês sobre o preço exorbitante dos livros, sempre que entro na livraria vou direto a estante de ofertas, já que dinheiro de estudante é bem curto (:D) a capa vermelha desse e a frase 'vencer ou morrer na guerrilha aos 18 anos" me chamaram a atenção.
Adoro história, e defendo a posição que os anos de chumbo nunca devem ser esquecidos pelas gerações futuras, como a minha. Já que várias pessoas se sacrificaram para que possamos ter liberdade hoje.
Já tinha lido o nome de Lungaretti antes, mas em uma posição nada positiva, e sim como delator.
Nesse livro ele reconta sua emocionante trajetória na guerrilha, praticamente um garoto militando ao lado de figuras históricas como Marighella e Lamarca.
Os fatos são expostos por ele com detalhes e sem mascaras, já tinha lido vários livros sobre militantes, mas nenhum expôs tão bem sobre os fatos como este. Algumas participações na ditadura foram um tanto quanto vexatórias, como o José Dirceu, que caiu na armadilha de um espiã do DOPS. Outras foram heróicas, como a de seu amigo Eremias, que morreu feito um herói.
Fico pensando nessas pessoas que se arriscaram, foram mortas ou barbaramente torturadas, onde estarão seus filhos e netos hoje ? Sinceramente, me envergonho de minha geração em alguns momentos, uma roubalheira danada e ninguém faz nada. O jovem de hoje não sabe a força que tem.
Mas Lungaretti e seus amigos sabiam, se arriscaram por um Brasil melhor, jovens cheios de sonhos que entregaram sua vida numa guerra com bestas selvagens, que tinham prazer animalesco em torturar e matar para ganhar prestígio e de olho no fundo de reservas das organizações, o autor ainda tem coragem de contar que grandes empresas financiavam campos de treinamentos para policiais, vemos que o despreparo de nossa polícia não é de hoje.
Lungaretti teve coragem de contar tudo com detalhes, mostrando até mesmo defeitos de grandes mitos como Lamarca, os assassinatos cometidos pelos militares e como forjavam, como por exemplo o de Bacuri.
A forma como foi usado pelos militares para mostrar as militâncias como armadilha para jovens, cartas exploradas pela imprensa.
E sua luta pela anistia, que também tinha suas falhas e privilégios. Sua decepção com o PT, e sua trajetória para limpar o seu nome na história.
O livro é mais que um relato, é uma lição sobre como em alguns momentos, ir atrás de seus sonhos e ideais pode ser extremamente doloroso e caro.
Prezada Priscila,
ResponderExcluiragradeço seu interesse e sua ótima crítica.
Infelizmente, a divulgação da trajetória dos que marcham contra a corrente não interessa aos poderosos, então há muitas pessoas que, como você, ignoram os últimos capítulos dessa história (o livro é de 2005).
Comprovada minha condição de vítima do regime militar, pude desenvolver nos últimos anos um trabalho efetivo, na internet, como defensor dos direitos humanos, dos ideais revolucionários e da memória da resistência e dos resistentes.
Meus artigos são publicados em muitos espaços virtuais e multiplicados por uma rede virtual de centenas de companheiros. Graças a isto, pude ser um dos principais defensores de Cesare Battisti na batalha de opinião pública.
É provável que eu relate os acontecimentos posteriores num segundo volume -- até porque o primeiro terminou num momento de indefinição, mas os acontecimentos, depois, tomaram o rumo certo.
Um forte abraço!
Fico feliz que gostou da crítica, realmente seu livro foi um dos que melhor relataram o doloroso período militar.
ResponderExcluirSeria ótimo saber sim do desfecho final desta história.
Também defendo a permanência do Battisti no Brasil